A TERCEIRA MEDITAÇÃO DE RENÉ DESCARTES - PARTE 3




Meditações Metafísicas

 
René Descartes


Sobre a Terceira Meditação
Parágrafo 17



Parte 3

Definições dos Principais Termos usados por Descartes

Como realidade objetiva, Descartes entende o objeto apresentado pela ideia, ou seja, sua representação, o ser para nós. Como realidade atual ou formal, ele nos dá a entender que é a realidade efetiva das coisas em si, o ser em si.
            Ideia para o filósofo é um elemento da verdade e esta é a conformidade do pensamento com as coisas. Há na sua obra um conceito relacional de verdade, ou seja, as ideias (pensamentos) e as coisas (objetos) relacionam-se com a verdade, porque é justamente dessa relação de conformidade ou não que podemos estabelecer os juízos de verdade ou falsidade dessas ideias e dessas coisas.
            Vemos ainda, seguindo o texto, a exposição de que uma ideia não pode estar ou surgir em alguém se não tiver sido colocada nele, de alguma maneira, por um agente causador, e não há como pensar que este não contenha em si tanta realidade como a que foi colocada nesse alguém, seja ela formal ou objetiva.

            Para Descartes, o pensamento tem dois gêneros:
            Ideias – que são divididas em inatas, adventícias e fictícias.
            Volições ou juízos – que são a vontade e o entendimento, que pode ser verdadeiro ou falso.

            O conceito cartesiano de ideia é “maneiras de pensar”, ou “imagens das coisas”. O primeiro conceito refere-se à dita realidade formal e o segundo à realidade objetiva, aquela, a realidade efetiva das coisas, e esta, a sua representação.
            Há três tipos de ideias:
            Ideias inatas: aquelas em que a noção das coisas já está em si, como uma verdade, um pensamento, um valor, etc.;
            Ideias Adventícias: aquelas que vêm de fora, como a idéia do calor, da cor, da forma, do cheiro, etc.;
            Ideias fictícias: aquelas formadas por mim mesmo, como a idéia do unicórnio, das fadas, dos gnomos, etc.
           
            Esse Princípio da Causalidade, também invocado com o nome de “manifesto pela luz natural” é, então, o conhecimento de que as ideias que surgem no ser jamais poderiam ser maiores ou mais perfeitas do que as coisas de onde foram tiradas, podendo ser, desta forma, quadros, ou imagens imperfeitas delas. E a correspondência é exatamente a justa relação entre a realidade atual ou formal e a realidade objetiva.



Bibliografia:
Agostinho. De Libero Arbitrio, livro II, capítulo 3, parágrafos 7, 8 e 9.
Descartes, Rene, Meditações Filosóficas (1ª, 2ª e 3ª meditação), edição Os Pensadores.
Descartes, Rene, Princípios da Filosofia, Editora UFRJ, 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário